VSR em alta: os primeiros sintomas e os cuidados que os pais devem ter com seus bebês

VSR em alta: os primeiros sintomas e os cuidados que os pais devem ter com seus bebês
Publicado em 07/05/2025 às 6:37

Com a chegada do outono e a queda das temperaturas, os vírus respiratórios voltam a circular com mais intensidade — e entre eles, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) merece atenção especial dos pais. Segundo o último boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), houve um aumento significativo da circulação do VSR em diversas regiões do Brasil, elevando os casos de bronquiolite e internações infantis por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

O VSR é hoje o principal causador da bronquiolite em bebês, uma infecção que atinge os bronquíolos — pequenas vias aéreas dos pulmões — e pode evoluir rapidamente de um quadro leve para uma condição grave. O alerta vale especialmente para crianças com menos de 6 meses, prematuros ou aquelas com condições respiratórias ou cardíacas crônicas.

Sintomas iniciais da bronquiolite: o que observar?

A bronquiolite costuma começar de forma sutil, com sinais parecidos com os de um resfriado comum. Fique atento se seu bebê apresentar:

  • Nariz entupido
  • Coriza
  • Tosse persistente
  • Espirros
  • Febre (pode ou não ocorrer)

Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem em 8 a 15 dias. No entanto, em cerca de 1 em cada 3 bebês infectados, o quadro pode se agravar entre o terceiro e o quinto dia, com os seguintes sinais de alerta:

  • Dificuldade para respirar
  • Respiração rápida e ofegante
  • Chiado no peito
  • Queda da saturação de oxigênio
  • Falta de apetite ou dificuldade para mamar

Esses sintomas indicam possível comprometimento pulmonar e requerem avaliação médica imediata.

O aumento da circulação do VSR exige atenção redobrada, especialmente em famílias com bebês pequenos. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada para profissional) – LSOphoto/istock

Quais os riscos da bronquiolite grave?

Nos casos mais graves, a bronquiolite pode levar a:

  • Desidratação
  • Pneumonia
  • Apneia (pausas na respiração)
  • Insuficiência respiratória
  • Infecções bacterianas secundárias, como otite
  • Bebês com menos de 3 meses, prematuros ou com doenças como fibrose cística e displasia broncopulmonar estão entre os grupos de risco para essas complicações.

Como é feito o tratamento?

A maioria dos casos leves pode ser tratada em casa, com hidratação adequada, controle da febre e cuidados respiratórios. Contudo, nos casos mais graves, pode ser necessária a internação para suporte com oxigênio, soro intravenoso e fisioterapia respiratória.

Prevenção: vacinas e anticorpos monoclonais

Desde 2023, o Brasil conta com a vacina Abrysvo, indicada para gestantes com o objetivo de proteger os bebês desde o nascimento até os 6 meses. Ela está disponível na rede privada, com previsão de inclusão no SUS.

Além disso, para bebês do grupo de risco, o anticorpo monoclonal Palivizumabe pode ser administrado em cinco doses durante o outono e inverno. Outra novidade é o Beyfortus, recentemente incorporado ao Programa Nacional de Imunização. Diferente da vacina, ele fornece diretamente ao bebê os anticorpos prontos para combater o VSR, sem depender da resposta do sistema imunológico da criança.

Em casos mais graves de infecção por VSR, pode ser necessária a internação. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada para profissional)
Em casos mais graves de infecção por VSR, pode ser necessária a internação. (Foto usada apenas para fins ilustrativos. Posada para profissional) – FatCamera/istock

Dicas para evitar a transmissão do VSR

  • Evite locais fechados e aglomerações com o bebê
  • Mantenha a higiene frequente das mãos
  • Não permita que pessoas gripadas se aproximem do bebê
  • Mantenha o calendário de vacinação atualizado
  • Higienize brinquedos e objetos de uso frequente