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Você separa o dinheiro por valor? Entenda o que a psicologia diz sobre este hábito

Manter a organização no cotidiano é um hábito valorizado e, muitas vezes, essencial para uma rotina produtiva. No entanto, quando esse comportamento ultrapassa certos limites, ele pode indicar algo mais sério do que uma simples preferência por ordem.
Segundo especialistas em saúde mental, ações como organizar notas de dinheiro por valor de forma obsessiva podem ser um indício de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).
A psicologia faz uma distinção clara entre ser uma pessoa organizada e apresentar sinais de um transtorno. De acordo com profissionais da área, o sinal de alerta aparece quando pequenas alterações no ambiente — como um objeto fora do lugar ou uma sequência “errada” — provocam desconforto intenso e desproporcional.
“O TOC se caracteriza por pensamentos obsessivos, geralmente acompanhados de rituais e ações repetitivas”, explica a Associação TOC Madrid em entrevista ao jornal El Tiempo. Esses rituais, como verificar repetidamente se a porta está trancada ou alinhar objetos com precisão milimétrica, não surgem por capricho: são mecanismos que a mente utiliza para tentar neutralizar a ansiedade provocada pelas obsessões.
Ainda assim, é importante destacar que nem todo comportamento compulsivo configura, de fato, um transtorno. A própria busca por organização ou limpeza, em níveis controlados, não representa um problema clínico. A linha que separa um hábito saudável de um transtorno mental está na intensidade do incômodo gerado e no impacto sobre a qualidade de vida do indivíduo.
Dados da Associação do Transtorno Obsessivo-Compulsivo da Andaluzia (TOCAS) apontam que o TOC é o quarto transtorno psicológico mais comum no mundo, sendo mais prevalente do que condições como esquizofrenia, anorexia nervosa e transtorno bipolar.

A Mayo Clinic, centro médico de referência nos Estados Unidos, também ressalta que há diferenças relevantes entre o perfeccionismo e o TOC. “Os pensamentos de alguém com Transtorno Obsessivo-Compulsivo não são apenas preocupações exageradas com problemas reais ou o prazer de ver as coisas limpas ou organizadas de uma maneira específica”, afirma a instituição. Essas obsessões costumam ser intrusivas, persistentes e angustiantes — e, frequentemente, não fazem sentido nem para quem as tem.
Diante disso, especialistas reforçam a importância de observar a frequência e a intensidade de certos comportamentos. Buscar ajuda profissional é o caminho mais indicado sempre que um hábito aparentemente inofensivo começa a gerar sofrimento ou prejudicar a rotina.
Você pode ter TOC e não saber; veja os reais sintomas da condição
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é um fardo muitas vezes invisível, que afeta 1% a 3% da população mundial.
A condição faz com que as pessoas tenham obsessões, que são pensamentos, ideias, impulsos ou imagens recorrentes, indesejados e desagradáveis. Para se livrar dos pensamentos, as pessoas com TOC apresentam as compulsões, que as fazem se sentir impulsionadas a fazer algo repetidamente, como se fosse um ritual, que diminui a ansiedade.