Um indicador nos olhos pode ajudar a identificar esquizofrenia, aponta pesquisa

Um estudo recente sugere que a análise da retina pode contribuir para a detecção precoce da esquizofrenia, um transtorno mental marcado pela perda de contato com a realidade.
Segundo os pesquisadores, alterações na espessura da retina podem estar relacionadas a fatores genéticos ligados à doença.
O que o estudo descobriu?
A investigação avaliou dados de 34.939 pessoas de origem caucasiana, britânica e irlandesa, retirados de um grande banco de dados. Os resultados foram publicados na revista Nature Mental Health.
Durante o estudo, os cientistas observaram que retinas mais finas podem indicar uma maior predisposição genética à esquizofrenia, o que sugere que a retina funciona não só como uma janela para o cérebro, mas também como um reflexo das complexidades genéticas da doença.
Apesar disso, ainda não está claro se o afinamento da retina é consequência direta da esquizofrenia ou se resulta de outros fatores, como o tabagismo ou hábitos de vida pouco saudáveis.
Os autores do estudo reconhecem que são necessárias pesquisas adicionais para confirmar se essa alteração na retina pode ser usada de forma confiável como um marcador dos processos degenerativos associados ao transtorno.
Diagnóstico de esquizofrenia
Atualmente, o diagnóstico da esquizofrenia continua sendo um desafio, pois suas causas ainda não são completamente compreendidas. Estima-se que a condição afete cerca de 1,6 milhão de pessoas somente no Brasil.
Pesquisas anteriores indicam que a esquizofrenia pode surgir a partir da combinação de fatores genéticos, moleculares e funcionais no cérebro, mas muitos detalhes sobre seu desenvolvimento ainda permanecem obscuros.
Caso futuros estudos confirmem a utilidade da retina como um indicador precoce da esquizofrenia, isso poderá transformar a forma como o transtorno é diagnosticado, possibilitando intervenções mais rápidas e precisas.