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Pesquisa em SP revela por que o diabetes tipo 2 afeta mais mulheres

Pesquisa em SP revela por que o diabetes tipo 2 afeta mais mulheres
Publicado em 11/07/2025 às 14:08

Uma pesquisa realizada pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE) revelou um dado importante sobre o perfil dos pacientes com diabetes tipo 2: entre os 18 mil entrevistados entre 2024 e 2025, 60% eram mulheres, contra 40% de homens. A descoberta lança luz sobre uma tendência já percebida em dados nacionais e reforça a importância da conscientização sobre a doença

Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência da doença em adultos acima de 18 anos no Brasil é de 10,2%, sendo maior entre as mulheres (11,1%) do que entre os homens (9,1%). A diferença se acentua entre os idosos: 31% das mulheres acima de 65 anos têm diabetes tipo 2, contra 29,3% dos homens.

Por que a diabetes tipo 2 é mais comum em mulheres?

Alguns fatores ajudam a explicar esse cenário. A maior expectativa de vida das mulheres faz com que o número de idosas, grupo mais vulnerável ao diabetes, seja maior. Além disso, a atividade física é menos frequente entre mulheres: segundo a OMS, 32% delas são sedentárias, contra 23% dos homens.

Outro fator relevante é que as mulheres procuram mais os serviços de saúde, o que leva ao diagnóstico mais precoce da doença. Já os homens costumam ser subdiagnosticados por não realizarem exames com a frequência necessária.

Estudo com 18 mil pacientes em SP aponta que 60% dos casos de diabetes tipo 2 afetam mulheres – Deepak Sethi/istock

Há ainda condições exclusivas do universo feminino que elevam o risco, como o diabetes gestacional, que afeta cerca de 15% das grávidas. O uso de estrógenos exógenos (hormônios sintéticos) também pode aumentar a resistência à insulina, especialmente em mulheres com predisposição genética.

Hormônios e envelhecimento também influenciam

Além da deficiência de insulina, o excesso ou desequilíbrio de hormônios como estrogênio, androgênio, hormônio do crescimento, tireoidianos, catecolaminas e glicocorticóides pode impactar diretamente os níveis de glicose no sangue, aumentando o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

No envelhecimento, tanto homens quanto mulheres tendem a acumular mais gordura corporal, fator que reduz a sensibilidade à insulina. Nas mulheres, esse processo se intensifica na menopausa, quando há uma queda abrupta na produção de estrogênio — o que contribui para o surgimento precoce da doença.

Como prevenir e tratar a diabetes tipo 2

A prevenção do diabetes tipo 2 passa, principalmente, por hábitos saudáveis. A atividade física regular, a alimentação equilibrada e o controle do peso corporal são fundamentais para reduzir o risco da doença — em ambos os sexos.

O tratamento deve ser orientado por um médico, com monitoramento da glicemia, uso de medicamentos (quando necessário) e acompanhamento de eventuais comorbidades.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 20 milhões de pessoas convivem com a doença no Brasil. Entender os fatores de risco — especialmente os que afetam mais intensamente as mulheres — é essencial para promover diagnósticos precoces, tratamentos eficazes e mais qualidade de vida para quem convive com o diabetes tipo 2.

Diabetes tipo 2: quais são os 3 principais fatores de risco?