Uma nova tecnologia revolucionária acaba de chegar ao Brasil com a promessa de transformar a vida de pessoas que sofrem com tremores debilitantes causados pelo Parkinson ou pelo tremor essencial. O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, passou a oferecer o HIFU (High-Intensity Focused Ultrasound) — um tratamento não invasivo que, segundo a instituição, reduz em até 70% os tremores imediatamente após a aplicação.

Tremores: impacto profundo na qualidade de vida

O tremor essencial atinge cerca de 20% da população acima dos 65 anos, de acordo com o Ministério da Saúde, mas pode surgir antes dessa idade. Já os tremores decorrentes da doença de Parkinson estão entre os sintomas mais incapacitantes da condição neurológica. Em ambos os casos, as consequências vão além do desconforto físico: tarefas simples, como escrever, se alimentar ou segurar um copo d’água, podem se tornar impossíveis.

Para muitos pacientes, o tratamento com medicamentos não é eficaz. Até recentemente, a única alternativa no país era a cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS), um procedimento invasivo que exige a implantação de eletrodos no cérebro. Agora, com a chegada do HIFU, surge uma nova opção mais segura e menos invasiva.

Como funciona o HIFU?

Ao contrário do ultrassom tradicional, usado para gerar imagens, o HIFU focaliza ondas sonoras de alta intensidade em um ponto específico do cérebro, com o objetivo de destruir os tecidos que causam os tremores. O procedimento é feito com o auxílio de um capacete com mais de mil transdutores de ultrassom, operando dentro de um aparelho de ressonância magnética, que permite o monitoramento em tempo real.

O tratamento com HIFU dura cerca de duas horas, não requer cortes, implantes ou anestesia geral, e os efeitos são perceptíveis logo após a sessão. A terapia já é aprovada e utilizada em países como Estados Unidos, Chile e Argentina, e agora está disponível também no Brasil, ampliando o acesso a uma solução moderna e eficaz para pacientes com tremores refratários.

Apesar dos benefícios, o HIFU não é indicado para todos os pacientes. Existem critérios clínicos rigorosos e possíveis efeitos adversos, por isso, a avaliação médica especializada é fundamental.