OSTEOMIELITE NO PÉ DIABÉTICO: URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA?

Colunista: Prof. Dr. Fábio Batista.
Médico Cirurgião Ortopedista. Diretor/Presidente do TOPS – Centro médico de tratamento do pé diabético e Salvamento de membros em feridas complexas/ Medicina Ortopédica especializada.
O pé diabético, visto como a principal causa de amputação da extremidade inferior, mais do que uma complicação do diabetes, deve ser considerado como uma condição clínica complexa, que pode acometer os pés e/ou tornozelos de indivíduos diabéticos. Assim, pode reunir comemorativos clínicos variados, tais como a perda da sensibilidade dos pés, a presença de feridas complexas, deformidades, limitação de movimento articular, infecções e amputações, entre outras.
A abordagem deve ser especializada e, deve contemplar um modelo de atenção integral, SEMPRE conduzida pelo MÉDICO ORTOPEDISTA ESPECIALISTA (conscientização e educação, qualificação do risco, investigação adequada, tratamento apropriado das feridas, cirurgia especializada, aparelhamento customizado e reabilitação integral), objetivando a prevenção e a restauração funcional da extremidade. Atualmente, estima-se que, mundialmente, ocorram três amputações por minuto às custas do pé diabético, sendo que 85% destas são precedidas por úlceras.
Classificação acadêmico-funcional.
Academicamente, os pés diabéticos são divididos em neuropáticos, angiopáticos ou mistos predominantemente neuropáticos ou predominantemente angiopáticos. Os pés neuropáticos correspondem a 65- 80% dos casos. Assim, a estratégia terapêutica ortopédica é apoiada em cinco grandes grupos, conforme suas características clínicas sindrômicas:
*Pé Diabético com Ferida (grupo1);
*Pé Diabético sem Ferida (grupo2);
*Pé de Charcot (grupo 3);
*Pé Diabético Séptico/Osteomielite (grupo 4);
*Cenários Especiais (grupo 5) — amputados parciais com deformidade de coto e úlcera; fraturas do pé e tornozelo de diabéticos; indivíduos em estágio final de doença renal; transplantados; extremidades angiopáticas não revascularizáveis e associadas a úlcera crônica, deformidade e pobre qualidade funcional, entre outras.
Pé Diabético Séptico/Osteomielite (grupo 4).
A infecção no pé diabético deve ser considerada como uma situação de urgência ou até mesmo, uma emergência, pois além de ameaçar a extremidade, pode também ameaçar a vida do doente. O diagnóstico precoce da osteomielite é importante, pois o tratamento imediato pode reduzir as taxas de amputação do membro.
O desenvolvimento da infecção óssea é favorecido pela perda da sensibilidade protetora dos pés e presença de deformidades não funcionais, sendo frequentemente o resultado da contaminação direta de uma lesão de tecidos moles, geralmente úlceras cutâneas infectadas não diagnosticadas ou mesmo manejadas de forma inapropriada.
A infecção comumente estende-se profundamente pelo córtex até a medula óssea em direção contrária à disseminação hematogênica. Zonas de hiperpressão, como cabeças metatarsianas e calcâneo, costumam ser locais favoráveis para a instalação do processo séptico.
Não raro, a infecção atinge os compartimentos profundos do pé, aumentando bastante as chances de amputação do membro. Outras vezes, associa-se a quadros clínicos mais dramáticos, como fascite necrotizante, gangrena gasosa anaeróbica, arterite transinfecciosa com gangrena úmida distal e/ou choque séptico de foco cutâneo, ameaçando bastante a manutenção, não só da extremidade, mas da vida do indivíduo. As osteomielites podem ser consideradas como agudas ou crônicas (tempo de evolução e potencial de reversão anatômica), medulares, superficiais, locais ou difusas (Cierry y Mader), ou hematogênicas, por contiguidade, abscesso de Brodie (Waldvogel).
Como exames complementares, provas laboratoriais, radiografias, ressonância magnética, cintilografia ou PET-CT podem contribuir na elucidação diagnóstica, contudo, o julgamento clínico do cirurgião experiente deve ser mandatório e o manejo cirúrgico intra-hospitalar, se faz, na maioria das vezes, necessário.
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