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Músicas despertam reações físicas que variam conforme a emoção

Músicas despertam reações físicas que variam conforme a emoção
Publicado em 16/06/2025 às 4:37

Você já sentiu um aperto no peito ao ouvir uma música melancólica ou um arrepio ao escutar um som mais intenso? Isso não é só impressão: um estudo feito por pesquisadores do Turku PET Centre, na Finlândia, mapeou como diferentes estilos musicais afetam partes específicas do corpo humano.

A pesquisa envolveu 2.000 participantes de diferentes origens culturais — metade da Europa ou América do Norte e metade da China — e mostrou que as sensações provocadas por músicas são universais e profundamente ligadas ao nosso corpo.

O corpo sente a música — e cada estilo ativa uma parte diferente

Os voluntários ouviram trechos de 72 músicas (36 ocidentais e 36 do Leste Asiático) divididas em seis categorias: alegre, triste, assustadora, terna, agressiva e dançante. Depois, indicaram em silhuetas humanas onde sentiam reações físicas ao escutar cada tipo de som.

Mapa de calor indica onde cada música é sentida – Universidade de Turku

O resultado revelou padrões distintos:

  • Músicas tristes ou ternas: ativam principalmente o coração, a cabeça e a boca do estômago.
  • Músicas assustadoras ou agressivas: mexem principalmente com a cabeça — literalmente, fazem “subir o sangue”.
  • Músicas alegres e dançantes: geram sensações na cabeça e nos pés, o que pode explicar a vontade de dançar.

Essa resposta corporal sugere que diferentes estilos musicais realmente tocam partes distintas do nosso corpo, reforçando a conexão física e emocional que temos com a música.

Emoções musicais são universais

Apesar das diferenças culturais entre os participantes, as respostas emocionais e físicas foram semelhantes. Isso indica que a reação à música não depende apenas da cultura ou aprendizado, mas tem raízes biológicas e instintivas.

Segundo o neurocientista Lauri Nummenmaa, coautor do estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, “a influência da música no corpo é universal”. Os pesquisadores acreditam que essa capacidade inata pode ter evoluído como forma de melhorar a interação social humana, aproximando as pessoas por meio de emoções compartilhadas.

Estudo conclui que diferentes estilos musicais ativam regiões específicas do corpo
Estudo conclui que diferentes estilos musicais ativam regiões específicas do corpo – Riska/istock

O poder da música sobre o corpo e a mente

Além de reforçar a importância da música na regulação emocional, o estudo ajuda a explicar por que ouvimos certas canções quando queremos relaxar, nos animar ou até chorar. A resposta do corpo é automática e isso pode ser usado de forma terapêutica, artística ou até mesmo em estratégias de bem-estar.

Se você já sentiu o peito apertar ou os pés se moverem sozinhos com o som de uma música, agora sabe: não é exagero. É ciência.