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Músicas despertam reações físicas que variam conforme a emoção

Você já sentiu um aperto no peito ao ouvir uma música melancólica ou um arrepio ao escutar um som mais intenso? Isso não é só impressão: um estudo feito por pesquisadores do Turku PET Centre, na Finlândia, mapeou como diferentes estilos musicais afetam partes específicas do corpo humano.
A pesquisa envolveu 2.000 participantes de diferentes origens culturais — metade da Europa ou América do Norte e metade da China — e mostrou que as sensações provocadas por músicas são universais e profundamente ligadas ao nosso corpo.
O corpo sente a música — e cada estilo ativa uma parte diferente
Os voluntários ouviram trechos de 72 músicas (36 ocidentais e 36 do Leste Asiático) divididas em seis categorias: alegre, triste, assustadora, terna, agressiva e dançante. Depois, indicaram em silhuetas humanas onde sentiam reações físicas ao escutar cada tipo de som.
O resultado revelou padrões distintos:
- Músicas tristes ou ternas: ativam principalmente o coração, a cabeça e a boca do estômago.
- Músicas assustadoras ou agressivas: mexem principalmente com a cabeça — literalmente, fazem “subir o sangue”.
- Músicas alegres e dançantes: geram sensações na cabeça e nos pés, o que pode explicar a vontade de dançar.
Essa resposta corporal sugere que diferentes estilos musicais realmente tocam partes distintas do nosso corpo, reforçando a conexão física e emocional que temos com a música.
Emoções musicais são universais
Apesar das diferenças culturais entre os participantes, as respostas emocionais e físicas foram semelhantes. Isso indica que a reação à música não depende apenas da cultura ou aprendizado, mas tem raízes biológicas e instintivas.
Segundo o neurocientista Lauri Nummenmaa, coautor do estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, “a influência da música no corpo é universal”. Os pesquisadores acreditam que essa capacidade inata pode ter evoluído como forma de melhorar a interação social humana, aproximando as pessoas por meio de emoções compartilhadas.

O poder da música sobre o corpo e a mente
Além de reforçar a importância da música na regulação emocional, o estudo ajuda a explicar por que ouvimos certas canções quando queremos relaxar, nos animar ou até chorar. A resposta do corpo é automática e isso pode ser usado de forma terapêutica, artística ou até mesmo em estratégias de bem-estar.
Se você já sentiu o peito apertar ou os pés se moverem sozinhos com o som de uma música, agora sabe: não é exagero. É ciência.