Medicina de Precisão: Biomecânica do Movimento e Saúde dos Pés.

Prof. Dr. Fábio Batista.
Médico Cirurgião Ortopedista. Diretor/Presidente do TOPS – Centro médico de tratamento do pé diabético e Salvamento de membros em feridas complexas/ Medicina Ortopédica especializada.
O membro inferior desempenha funções vitais como a de deambulação e a de sustentação do peso corpóreo. Como muitas patologias que acometem o membro inferior se manifestam através de alterações da marcha, seu estudo se faz valer de suma importância. O ciclo da marcha se faz em duas grandes fases: fase de apoio (60% do ciclo) e fase de balanço (40% do ciclo).
Cada fase por sua vez se divide em componentes menores; fase de apoio (choque do calcâneo, resposta de carga, apoio médio, desprendimento do retropé, toe off); fase de balanço (aceleração, oscilação intermediária, desaceleração). Ainda devemos dar atenção aos fatores determinantes da marcha, como inclinação e rotação da bacia entre outros, que têm por finalidade minimizar a excursão do centro de gravidade, proporcionando menor gasto energético durante a marcha.
O exame da marcha deve se iniciar à entrada do paciente na sala de exame. É na fase de apoio que a maioria dos problemas se faz aparente, já que é nessa fase que a sustentação do peso solicita grande esforço do membro inferior. Não se pode deixar de destacar a importância dos laboratórios de marcha e de movimento, os quais oferecem uma avaliação bem mais detalhada sobre a biomecânica da marcha.
O pé normal, com 28 ossos, 42 músculos, 29 articulações, mais de 100 complexos cápsulo-ligamentares e um incalculável número de terminações nervosas, apresenta funções importantes, como a sustentação do peso, a propulsão durante a marcha, a acomodação em terrenos irregulares e o amortecimento de choques.
O Pé e o tornozelo são os pontos por onde converge o peso corporal durante a marcha. A espessura dos coxins calcaneanos e dos dedos trabalham como amortecedores de choques durante as ações de deambulação, corrida, saltos, entre outras, onde suas articulações estão capacitadas para os ajustes necessários ao delicado equilíbrio.
Devido a essa concentração de esforços, o pé e o tornozelo são acometidos em deformidades estáticas que, em geral, não comprometem outras partes do corpo. Além disso, o pé está sujeito a uma alta incidência de doenças sistêmicas, como o Diabetes Mellitus, a Artrite Reumatóide, a Hanseníase, etc.
Já que o pé leva o homem a tomar contato físico direto e imediato com seu meio ambiente, a sua constante exposição e sua susceptibilidade às lesões obrigaram a uma proteção artificial do pé através dos calçados que, por si só, já são capazes de causar um grande número de problemas.
Não espere dar errado!! Busque SEMPRE por orientações e cuidados de seu Médico Especialista.