Brian Benigno – Especialista em Contrainteligência, Segurança Orgânica e Proteção ao Conhecimento Sensível. Diretor Executivo Comercial e Operacional da Infinity Safe.

Vivemos na era da hiperconectividade. Mas, por trás das telas, sensores e redes, há uma guerra silenciosa acontecendo e poucas empresas ou instituições estão preparadas para enfrentá-la. O objetivo deste artigo é iniciar o leitor nesse universo muitas vezes invisível, mas absolutamente determinante para a sobrevivência e o sucesso estratégico de qualquer organização: o universo da inteligência, contrainteligência e segurança orgânica.

O que é Inteligência?

Inteligência, em seu sentido técnico, não é adivinhação, achismo ou suposição estratégica. É um processo sistemático de obtenção, análise, produção e disseminação de conhecimento sensível, cujo objetivo é subsidiar a tomada de decisão de forma antecipada, fundamentada e segura.

Essa inteligência pode ser aplicada em diversas esferas:

• Governamental (defesa nacional, segurança pública, relações internacionais);
• Empresarial (análise de mercado, competitividade, risco regulatório);
• Institucional (segurança patrimonial, jurídica, reputacional).

Na prática, ela responde à pergunta que todo gestor responsável deveria se fazer diariamente:

“O que eu ainda não sei e que pode afetar meu negócio amanhã?”

E a Contrainteligência?

Se a inteligência busca conhecer o ambiente, a contrainteligência tem como missão proteger o que a organização sabe, faz e é. Ela existe para detectar, identificar, avaliar, obstruir e neutralizar qualquer ação adversa que possa comprometer seus ativos sensíveis.

Estamos falando de:

• Espionagem corporativa e política;
• Vazamento de informações estratégicas;
• Sabotagem interna ou externa;
• Influência indevida sobre processos decisórios;
• Infiltrações em cadeias de suprimentos, contratos ou relações institucionais.

A Doutrina Brasileira de Inteligência, desenvolvida pela ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), já reconhece a Contrainteligência como um dos eixos estruturantes da segurança nacional e organizacional. No setor privado, a maturidade nesse tema ainda “engatinha” e é aí que mora o maior risco.

Segurança Orgânica: O alicerce invisível da proteção corporativa.

Inteligência e contrainteligência só funcionam se estiverem inseridas dentro de um ambiente seguro, coeso e rastreável. É isso que chamamos de segurança orgânica: um conjunto de medidas integradas que envolvem segurança física, lógica, pessoal e documental.

Uma organização sem segurança orgânica é como uma casa de vidro em meio a uma tempestade de pedras invisíveis: mais cedo ou mais tarde, será atingida.

Por que falar sobre isso agora?

Porque nunca foi tão fácil obter informação indevida nem tão difícil saber que ela foi vazada.

Ataques cibernéticos, engenharia social, infiltrações corporativas e dispositivos de escuta invisíveis já fazem parte do cotidiano de empresas nos setores financeiro, jurídico, industrial e político. E ainda assim, poucos dirigentes compreendem o valor de uma política mínima de contrainteligência. Informação estratégica, quando não protegida, deixa de ser vantagem competitiva e passa a ser um risco latente.

Encerrando esta introdução.

Este é apenas o primeiro passo de uma jornada quinzenal onde vamos explorar, com profundidade e objetividade, os principais conceitos e aplicações das ciências da inteligência no setor público e privado.

A missão é clara: traduzir o complexo, revelar o invisível e tornar a proteção do conhecimento algo acessível e possível para qualquer organização.

No próximo artigo, aprofundaremos os pilares da Contrainteligência aplicada ao setor privado e por que toda empresa do pequeno escritório ao grande conglomerado, deveria tratá-la como prioridade estratégica.

Acompanhe o trabalho do Especialista em Inteligência Corporativa e Contrainteligência, nosso eminente colunista, Brain Benigno – Dietor Executivo Comercial e Operacional da Infinity Safe.
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