Hospitais suspendem atendimento ao plano de saúde dos Correios por falta de repasses e funcionários se revoltam

Hospitais suspendem atendimento ao plano de saúde dos Correios por falta de repasses e funcionários se revoltam
Publicado em 10/04/2025 às 6:49


Beneficiários ficam sem atendimento médico após “calote milionário”

Hospitais e clínicas de todo o Brasil suspenderam os atendimentos ao plano de saúde dos Correios, o Postal Saúde, devido à falta de repasses financeiros desde novembro de 2024. A dívida acumulada já chega a cerca de R$ 400 milhões, o que levou grandes grupos hospitalares, como Rede D’Or, Unimed, Dasa, Grupo Kora e Beneficência Portuguesa, a cortarem os serviços para cerca de 200 mil beneficiários.

A interrupção atinge funcionários dos Correios e seus dependentes, que estão sendo surpreendidos ao buscar atendimento médico e descobrir que não há mais cobertura. O plano de saúde contava com uma rede credenciada de aproximadamente 13 mil prestadores em todo o Brasil, agora em processo de descredenciamento.


Repasses foram interrompidos, mas descontos seguem no contracheque

Historicamente, os Correios destinavam cerca de R$ 170 milhões mensais à Postal Saúde, totalizando R$ 2 bilhões por ano. Mesmo com a suspensão dos repasses, os funcionários continuam tendo valores descontados na folha de pagamento, o que gerou uma onda de revolta nas categorias afetadas.

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“Nós pagamos mensalmente, pagamos compartilhamento, que é um absurdo, e, quando procuramos a nossa assistência médica, ouvimos que está suspensa por falta de pagamento?”, desabafou uma dirigente sindical.


Cresce pressão por intervenção e CPI

Com o avanço da crise, há expectativa de que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) intervenha na Postal Saúde. Isso porque os descredenciamentos unilaterais precisam ser oficialmente comunicados à agência reguladora, algo que levanta questões sobre a legalidade e transparência da atual gestão do plano.

O cenário também gerou movimentação no Congresso. O senador Márcio Bittar solicitou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os prejuízos da estatal, incluindo o impacto direto sobre a assistência médica aos servidores públicos.


Funcionários vivem insegurança e temem abandono

O sentimento entre os trabalhadores é de angústia e insegurança. Muitos dependem exclusivamente do plano Postal Saúde para tratamentos contínuos, emergências e exames de rotina. Com a suspensão dos serviços, aumentam os relatos de funcionários sendo recusados em hospitais e clínicas, mesmo com todos os pagamentos em dia.

A situação é descrita como um verdadeiro colapso na saúde dos servidores públicos, e a urgência por uma solução cresce a cada dia.