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Fernando de Noronha tem voos limitados por decisão da Anac

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou uma medida que promete mudar o ritmo do turismo em Fernando de Noronha. Desde sábado, está proibido o aumento de voos para o arquipélago pernambucano e limitada a presença de visitantes, em uma tentativa de garantir segurança operacional e viabilizar obras no aeroporto local.
A decisão foi tomada após dois incidentes com aeronaves atoladas no pátio do terminal, em menos de uma semana. O asfalto cedeu sob aviões da Gol e da Azul, revelando falhas estruturais que colocam em risco as operações. Com isso, a Anac determinou que apenas uma aeronave poderá permanecer no aeroporto por vez, além de congelar o número de voos autorizados.
A medida é válida até 15 de agosto e afeta diretamente companhias aéreas, turistas e moradores. A expectativa é que, com menos aviões e menos gente circulando, as obras de requalificação do aeroporto possam avançar com mais segurança e agilidade.
Incidentes com aviões acendem alerta sobre infraestrutura
O estopim para a decisão da Anac foram dois episódios ocorridos em junho: no dia 22, um avião da Azul atolou pouco antes da decolagem; no dia 29, foi a vez de uma aeronave da Gol afundar no pátio após o asfalto ceder. Esses eventos expuseram a fragilidade da infraestrutura do Aeroporto Governador Carlos Wilson, que já vinha sendo alvo de críticas.
A pista do aeroporto tem mais de 30 anos e apresenta fissuras e infiltrações. As obras de requalificação começaram em setembro de 2024, mas foram interrompidas em março de 2025, comprometendo o cronograma e a segurança das operações.
Medidas visam segurança e continuidade dos voos em Fernando de Noronha
Entre as ações adotadas pela Anac estão:
- Proibição do aumento de frequência de voos;
- Limitação de operações simultâneas no aeroporto;
- Redução do parâmetro de resistência do pavimento, restringindo o peso das aeronaves.
Essas medidas foram comunicadas às companhias aéreas e ao governo de Pernambuco. A agência afirma que o objetivo é preservar a continuidade do transporte aéreo de passageiros e manter os níveis adequados de segurança operacional na ilha.
Companhias aéreas ajustam malha e orientam passageiros
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) informou que as companhias estão ajustando suas malhas aéreas para atender às restrições temporárias. Os voos serão operados apenas em condição de pista seca, e os passageiros devem buscar informações sobre remarcação e reembolso diretamente com as empresas.

A Azul, por exemplo, teve voos desviados para Natal e cancelamentos em Noronha. A Gol também precisou antecipar horários e operar com aeronaves menores. A Latam, que havia retomado voos com jatos após liberação da Anac em março, pode ser impactada novamente.
Obras atrasadas e pressão por soluções
O governo de Pernambuco prometeu concluir as obras até o fim de 2025, mas os atrasos já geram preocupação. A primeira etapa, que incluiu a reforma do eixo central da pista, foi finalizada em março, permitindo o retorno de aviões de grande porte. No entanto, a paralisação das obras em seguida comprometeu o avanço das melhorias.
A nova fase das intervenções deve começar ainda em julho, com foco no pátio de taxiamento e estacionamento de aeronaves. O investimento total é de R$ 60 milhões, e a execução está sob responsabilidade da Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi).
Impacto direto no turismo e na economia local
Fernando de Noronha é um dos destinos mais cobiçados do Brasil, conhecido por suas praias paradisíacas e vida marinha exuberante. A limitação de voos e visitantes pode afetar pousadas, restaurantes e operadores turísticos, que dependem do fluxo constante de viajantes.
Moradores também sentem os efeitos: menos voos significam menos opções de deslocamento e maior dificuldade para receber familiares ou resolver questões fora da ilha. A medida, embora necessária.