Estudo revela ligação preocupante entre redes sociais e transtornos mentais em jovens

Estudo revela ligação preocupante entre redes sociais e transtornos mentais em jovens
Publicado em 23/05/2025 às 15:32

Um levantamento realizado no Reino Unido aponta uma relação preocupante entre o uso das redes sociais e a saúde mental de adolescentes.

Redes sociais e saúde mental entre os jovens. – Depositphotos/champlifezy

A pesquisa, publicada na revista Nature Human Behavior, analisou dados de 3.340 jovens entre 11 e 19 anos.

Dados do estudo

Entre os participantes analisados, 16% apresentavam ao menos um diagnóstico de transtorno mental, como depressão ou ansiedade.

Segundo os dados, esses adolescentes passam, em média, 50 minutos a mais por dia conectados às redes sociais em comparação aos que não têm condições semelhantes.

Além do tempo prolongado online, o estudo destaca que esse grupo tende a demonstrar menor satisfação com as interações nas plataformas e é mais sensível a métricas como curtidas, comentários e compartilhamentos.

Busca por validação e impactos emocionais

A análise também revelou que jovens com transtornos mentais costumam se comparar com mais frequência aos outros usuários, o que pode contribuir para o agravamento de sintomas como baixa autoestima, insegurança e oscilações de humor.

A necessidade de validação por meio do engajamento nas redes sociais se mostra, nesse contexto, um fator que pode intensificar o sofrimento psíquico.

Apesar dos indícios de correlação, os pesquisadores destacam que ainda não é possível determinar uma relação de causa e efeito. Ou seja, não se sabe ao certo se o tempo gasto nas redes contribui para o surgimento dos transtornos ou se os adolescentes com esses diagnósticos tendem a buscar refúgio nas plataformas.

Por isso, os autores defendem a realização de novos estudos em diferentes países para aprofundar a compreensão sobre o tema.

Um alerta sobre o impacto das redes na saúde mental

No Brasil, um levantamento divulgado pelo Instituto Cactus e pela AtlasIntel já havia mostrado que 43,5% das pessoas que passam mais de três horas por dia nas redes possuem diagnóstico de ansiedade.

Outros estudos também associam o uso excessivo dessas plataformas a consequências como distorções na autoimagem, aumento do risco de cyberbullying, isolamento social no mundo offline, alterações nos mecanismos cerebrais ligados à recompensa e sinais de dependência digital.

Os resultados mais recentes reforçam a urgência de olhar para o comportamento online de adolescentes com mais atenção — tanto por parte das famílias quanto de escolas e formuladores de políticas públicas.