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Essa dificuldade ao se alimentar pode ser sinal de câncer de esôfago

Sentir dificuldade para engolir alimentos sólidos, pastosos ou até mesmo líquidos pode ser um alerta importante para o câncer de esôfago.
Esse é, segundo especialistas, um dos principais sintomas da doença, que costuma se manifestar de forma silenciosa no início e, muitas vezes, é confundida com refluxo. Isso acontece devido ao estreitamento do esôfago, à medida que o câncer cresce.
Câncer de esôfago
De acordo com a oncologista Dra. Gabriela Filgueiras Sales, do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), o câncer de esôfago é uma condição grave e, em grande parte dos casos, diagnosticada em estágios avançados.
“Apenas uma pequena parcela dos tumores é descoberta em indivíduos assintomáticos. As manifestações clínicas mais frequentes são dor ao engolir (odinofagia), emagrecimento sem dieta, tosse persistente, rouquidão, fraqueza — geralmente por anemia — e falta de ar”, explica.
Abril é o mês dedicado à conscientização sobre o câncer de esôfago, o oitavo mais comum no mundo e que afeta, principalmente, homens acima dos 50 anos. No Brasil, o tipo mais frequente é o carcinoma epidermóide (CEC), responsável por cerca de 96% dos casos.
Já o adenocarcinoma, embora mais raro, tem apresentado aumento significativo nas últimas décadas, especialmente nas populações ocidentais.
“Esse crescimento está associado ao aumento da obesidade e da doença do refluxo gastroesofágico, fatores diretamente ligados ao desenvolvimento do adenocarcinoma”, afirma a médica.
Quais são os fatores de risco?
Entre os principais fatores de risco para o câncer de esôfago estão o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o hábito de ingerir líquidos muito quentes — em temperaturas acima de 65°C.
“O álcool está fortemente associado ao aumento do risco de desenvolvimento do carcinoma de células escamosas. Já o tabaco é um fator de risco importante para ambos os tipos de tumor”, destaca Dra. Gabriela.
Além desses, o excesso de gordura corporal (obesidade) e a exposição ocupacional à radiação ionizante — como no caso de trabalhadores da construção civil, metalurgia, indústria de couro, borracha, mineração, lavanderias a seco, entre outros — também podem contribuir para o surgimento da doença.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do câncer de esôfago é feito por meio da endoscopia digestiva alta (EDA), com biópsia das lesões suspeitas.
“Uma vez confirmado, o paciente deve realizar exames de imagem, como tomografias, para avaliação do estágio da doença e definição do tratamento mais adequado”, explica a médica.
O tratamento é complexo e multidisciplinar, envolvendo cirurgiões oncológicos, oncologistas clínicos, endoscopistas, radioterapeutas e outros profissionais, como nutricionistas e equipe de apoio.
As abordagens incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, a depender do tipo, tamanho e localização do tumor.
Prevenção é o melhor caminho
Dra. Gabriela reforça que a melhor forma de prevenir o câncer de esôfago é manter hábitos de vida saudáveis.
“Evite fumar e consumir bebidas alcoólicas. Pratique atividades físicas e não consuma alimentos ou bebidas muito quentes. São atitudes simples que fazem a diferença. E, claro, qualquer sintoma que persista ou piore com o tempo deve ser investigado por um médico de confiança”, finaliza.