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Comportamento noturno está ligado a risco maior de demência, alerta estudo

Comportamento noturno está ligado a risco maior de demência, alerta estudo
Publicado em 19/06/2025 às 3:04

Um novo estudo da Academia Americana de Neurologia revelou que dormir em horários irregulares ou acordar com frequência durante a noite pode ter um impacto direto no risco de desenvolver demência.

A pesquisa, publicada na revista médica Neurology, acompanhou mais de 88 mil pessoas no Reino Unido durante sete anos e descobriu que aqueles com padrões de sono instáveis apresentavam 53% mais chances de desenvolver demência em comparação com aqueles que mantinham um sono regular.

Os participantes do estudo tinham, em média, 62 anos no início da análise, e ao longo do período de acompanhamento, 480 deles foram diagnosticados com demência. A principal característica em comum entre esses casos foi a irregularidade nos ciclos de sono, especialmente o hábito de acordar duas ou mais vezes durante a noite.

Dormir mal pode afetar diretamente a saúde cerebral

Embora os cientistas ainda não tenham estabelecido com precisão a causa da associação entre sono irregular e demência, a hipótese mais aceita é que a fragmentação do sono afeta os processos de limpeza cerebral realizados durante o repouso. Durante o sono profundo, o cérebro elimina toxinas acumuladas ao longo do dia, inclusive proteínas como a beta-amiloide, que está ligada ao desenvolvimento do Alzheimer.

A pesquisa reforça a importância do sono como um pilar essencial da saúde cerebral – demaerre/istock

Distúrbios no ciclo do sono interrompem esse processo de “limpeza cerebral”, o que, ao longo do tempo, pode aumentar o risco de declínio cognitivo. Além disso, o sono desregulado também está associado a níveis elevados de estresse, inflamação crônica e desregulação hormonal — todos fatores que afetam negativamente a saúde neurológica.

Como proteger o cérebro com hábitos de sono saudáveis

A boa notícia é que ajustar os horários de sono pode ser uma forma eficaz de reduzir o risco de demência, segundo os pesquisadores. Estudos anteriores mostram que não basta dormir por sete ou oito horas — é fundamental manter um horário regular, indo para a cama e acordando sempre nos mesmos horários, inclusive nos fins de semana.

Evitar cochilos longos durante o dia, manter um ambiente escuro e silencioso no quarto, reduzir o uso de telas antes de dormir e praticar atividades relaxantes à noite são estratégias simples que favorecem o sono contínuo e reparador.

Especialistas do National Institutes of Health também recomendam que adultos durmam entre sete e nove horas por noite, priorizando sempre a regularidade. Eles alertam ainda que o padrão de sono fragmentado — como dormir em três períodos curtos de 1 a 4 horas ao longo do dia — não oferece os mesmos benefícios neuroprotetores que uma noite de sono consolidado.