Como o lipedema engana e se agrava com o tempo

Apesar de frequentemente confundido com obesidade, o lipedema é uma condição crônica que afeta principalmente mulheres e se caracteriza pelo acúmulo anormal de gordura, especialmente nas pernas, coxas e braços. Diferente da gordura comum, essa não responde bem a dietas ou exercícios físicos, sendo resistente à perda de peso tradicional.
O lipedema é progressivo e se manifesta em estágios, o que dificulta o diagnóstico precoce. Estima-se que cerca de 5 milhões de brasileiras convivam com os sintomas sem saber que têm a doença, segundo o Instituto Lipedema Brasil.
Sintomas comuns e causas do lipedema
Os sinais mais comuns incluem:
- Acúmulo simétrico de gordura nas pernas e, em alguns casos, nos braços (sem afetar mãos e pés);
- Sensação de peso e dor nas áreas afetadas;
- Tendência a hematomas;
- Inchaço persistente que não melhora com repouso.As causas do lipedema ainda não são totalmente conhecidas. Contudo, fatores hormonais e genéticos parecem estar diretamente relacionados. De acordo com o cirurgião vascular Fábio Rocha, mudanças hormonais como gravidez, menopausa e uso de anticoncepcionais orais podem ser gatilhos para o surgimento da doença.

Os 4 estágios do lipedema: evolução e consequências
O lipedema se desenvolve em quatro estágios distintos:
Estágio 1 – A gordura começa a se acumular, mas a pele ainda é lisa. Inchaço leve pode surgir ao longo do dia e regredir com o descanso. Por ser sutil, muitas mulheres confundem com simples ganho de peso.
Estágio 2 – O tecido gorduroso torna-se mais evidente e aparecem nódulos sob a pele. A dor ao toque aumenta e o inchaço já não desaparece com o repouso.
Estágio 3 – Deformidades começam a ser visíveis, com dobras de gordura endurecida. A mobilidade passa a ser afetada pela dor crônica e pelo peso adicional.
Estágio 4 – O quadro se agrava significativamente. O acúmulo de líquidos nos tecidos pode levar ao desenvolvimento de linfedema. Há comprometimento severo da mobilidade e aumento do risco de complicações como trombose, artrose e até depressão.
Tratamento do lipedema: foco na qualidade de vida
Embora o lipedema não tenha cura, seu tratamento pode melhorar consideravelmente a qualidade de vida das pacientes. A abordagem costuma ser multidisciplinar e inclui:
- Drenagem linfática manual;
- Uso de meias de compressão;
- Alimentação anti-inflamatória e atividade física regular;Em casos mais graves, procedimentos cirúrgicos, como a lipoaspiração específica para retirada do tecido comprometido.
A cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita enfatiza que, por ser uma doença crônica, o manejo contínuo é essencial para controlar a progressão dos sintomas.
Alimentos que mais causam inchaço
De acordo com o portal Catraca Livre, alimentos como refrigerantes, frituras, embutidos e produtos ultraprocessados estão entre os principais causadores de inchaço abdominal. Esses itens dificultam a digestão e favorecem a retenção de líquidos, provocando desconforto e aumento de volume na região abdominal, alerta a publicação. Clique aqui para saber mais.