Assistência Integral e Especializada ao Pé Diabético no Brasil.

Assistência Integral e Especializada ao Pé Diabético no Brasil.
Publicado em 07/05/2025 às 9:02

Prof. Dr. Fábio Batista.
Médico Cirurgião Ortopedista. Diretor/Presidente do TOPS – Centro médico de tratamento do pé diabético e Salvamento de membros em feridas complexas/ Medicina Ortopédica especializada.

O Diabetes mellitus (DM) é uma doença global que pode causar problemas devastadores nos pés, incluindo neuropatias periféricas, levando à perda da sensibilidade protetora e predispondo a deformidades, ulceração, infecção e amputação. O programa de salvamento de membros e restauração funcional do membro inferior em pacientes com quadros sindrômicos de pé diabético é melhor compreendido e manejado em regime de abordagem integral, especializada, comprometida e capacitada.
A educação tem sido uma ferramenta importante na luta contra a Síndrome do Pé Diabético, sendo documentado que a educação objetiva realmente diminui a incidência de úlceras e amputações.


A primeira etapa da educação deve alertar o paciente e a família de potenciais complicações e cenários que podem surgir a partir de uma ulceração no pé. Ainda, ensinar o auto-cuidado do paciente, a inspeção dos pés e orientar a procurar atendimento médico especializado para tratamento das feridas e aparelhamento adequados, se faz de grande importância. Considerar a cirurgia ortopédica do pé diabético (profilática ou corretiva) como uma importante opção restauradora, na vigência de membros bem irrigados, com insensibilidade podal e instabilidade articular e,ou deformidades podais não funcionais.

Em um estudo do nosso grupo notou-se que, no momento da apresentação, 94% dos pacientes não estavam usando calçado adequado, 60% apresentaram sinais de neuropatia periférica e 42% tinham deformidade clínica. Houve uma correlação positiva entre uma história de úlcera no pé, a presença de neuropatia periféricae a presença de deformidade nos pés. Neste contexto, verificou-se que os pacientes em risco de desenvolver úlceras plantares e suas complicações podem ser rastreados por métodos simples e de baixo custo, permitindo que medidas preventivas podem ser tomadas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, reduzir a morbidade e o risco de amputação do membro (Batista F et al. Education for diabetic foot. Einstein. 2009; 7(1 Pt 1):24-7.)


Problemas relacionados com o pé diabético são comuns, especialmente em pacientes com comprometimento neurológico sensorial e autonômica, sendo a principal causa de hospitalização do paciente diabético. As infecções do pé diabético são a causa de 25% das internações hospitalares e a complicação podal na doença diabética é a principal causa de amputação não traumática nos EUA, tendo um risco aumentado de 15 a 40 vezes em relação aos não-diabéticos. O risco de ulceração do pé em pacientes diabéticos pode chegar a 30% em qualquer idade, mas 1 em cada 5 das ulcerações são resultantes de falhas do tratamento.


Estima-se que 85% das amputações de extremidades inferiores são precedidas por úlceras plantares e que a taxa de mortalidade na presença da úlcera, encontra-se na faixa de 45-55% dentro de 5 anos. A prevenção e o tratamento precoce dessas lesões podem manter a biomecânica e longevidade funcional da extremidade inferior. A maior duração do DM está associada com o desenvolvimento de encurtamento da cadeia muscular posterior das pernas devido a alterações estruturais em fibras colágenas dos tendões (Síndrome de Mobilidade Articular Limitada Secundária à Glicação não Enzimáica do Colágeno) e a presença de neuropatia sensorial, fortes fatores de risco que contribuem para a ulceração plantar do antepé. Distribuição não homogênea da carga plantar contribui para formação de hiperqueratose e presença de úlceras plantares. Nesse contexto, a cirurgia profilática no pé diabético
desempenha um papel importante no estabelecimento da função biomecânica adequada, bem
como prevenção e tratamento de úlceras plantares.


Um outro estudo do nosso grupo ao longo desses anos, mostrou que, o alongamento percutâneo do tendão de Aquiles através de uma modificação da Técnica original de White é um importante mecanismo para restaurar o arco de movimento do tornozelo, melhorando a qualidade da marcha, e prevenindo a ulceração recorrente no antepé (Batista F et al. Minimally invasive surgery for diabetic plantar foot ulcerations. Diabetic Foot & Ankle 2011, 2: 10358 – DOI: 10.3402/dfa.v2i0.10358). Assim, conclui-se que, deve-se ter em mente que vão melhor os pacientes inseridos no centro de uma Atenção Médica Especializada, Capacitada e Comprometida, aumentando significativamente as possibilidades de sobrevida e salvamento funcional da extremidade. (Batista F, Vaso A. Programa de Assistência Integral ao Pé Diabético no Brasil, Tobillo y Pie2015; 7(2): 132-7.)

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