PF desarticula grupo que fraudava benefícios sociais do INSS há mais de 10 anos

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (17), a Operação Fraus, com o objetivo de aprofundar investigações sobre uma organização criminosa suspeita de fraudar o sistema do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação ocorre no estado do Rio de Janeiro e mira um esquema que pode ter causado mais de R$ 30 milhões de prejuízo aos cofres públicos.
Segundo a PF, os investigados — entre eles servidores públicos, correspondentes bancários e técnicos com acesso a sistemas restritos — são suspeitos de fraudar benefícios assistenciais, como o BPC/LOAS, usando dados obtidos de forma irregular por meio da plataforma Meu INSS.
Durante o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão em cinco cidades fluminenses — Rio de Janeiro, Armação de Búzios, Cabo Frio, São Gonçalo e Casimiro de Abreu — foram apreendidos:
- R$ 74 mil em dinheiro
- Três veículos
- Armas de fogo e munições
- Joias, celulares, computadores e notebooks
- Documentos e mídias digitais
De acordo com o delegado Adriano Espindula Soares, chefe da PF em Macaé, o grupo era altamente organizado e operava há mais de uma década. A liderança era exercida por um homem conhecido como “Professor” ou “Rei do Benefício”, responsável por treinar comparsas para fraudar os requerimentos.
Em apenas seis meses de monitoramento, a PF identificou pelo menos 415 solicitações fraudulentas de benefícios, o que já representa um prejuízo de R$ 1,6 milhão — número que deve crescer à medida que a investigação avança.
O volume de fraudes era tão alto que, em alguns casos, os criminosos não conseguiam sequer abrir a tempo as contas bancárias onde os valores seriam depositados, resultando na suspensão de pagamentos.
O Ministério da Previdência Social informou que o caso começou a ser investigado a partir de um relatório interno da Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência (CGINP) e garantiu apoio total à operação da PF. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, responsável pelo BPC/LOAS, também foi consultado e ainda deve se manifestar.
Fonte: AgênciaBrasil